DEZEMBRO 12, 2009
A primeira foi decidida no Avenida
A primeira greve de professores da rede estadual do Rio Grande do Sul, para a região de nossa cidade, foi discutida e decidida na sede do Avenida Tênis Clube. A professora Sara Veras liderava a categoria. Era o ano de 1979. Ali quebrava-se um tabu, dizia-se. O tabu era que professor não fazia greve. Sara Veras deve ter sofrido, imagino, mas sustentou a greve.
Era uma porteira que se abria, mas ninguém, acho eu, imaginava o que viria. Em doze anos, até o início dos anos oitenta, o CEPERGS totalizou quase quatrocentos dias de greve do magistério.
De 1979 até hoje, imagino eu, temos quase seiscentos dias de greve.
Uma conta parecida se faz nas universidades. Falta pensar nos custos de tudo isso. O que ganhamos, o que perdemos?
Cada vez me parece mais evidente que uma das perdas ocorreu em uma área quase inefável.
Quebramos um tabu, mas a mística do professor entrou em crise.
Éramos professores, talvez mestres. Aí alguém sugeriu que a gente deveria ser apenas “trabalhador em educação”. Isso seria bom para as greves.
Deu no que deu. Com o fim dos professores, acabaram-se as escolas.
E as greves viraram isso que vamos ver nessa semana; pura chantagem, de lado e de outro.
Toca recomeçar tudo de novo.
PS.: foto tirada do site do CPERS.
Nenhum comentário:
Postar um comentário