POR TRÁS DO ÓBVIO
A mim disseram que Deus existe e eu vivo com esta verdade. Não penso muito a respeito por que como racionalista convicto, juramentado e praticante, daqui a pouco poderia estar na cola do São Tomé. Mas deixo claro: vivo dizendo “se Deus quiser”, “Graças a Deus”, etc., tanto por medo como por esperança. E acho que no dia da prestação de contas final, este meu restinho de fé terá igual ou ainda mais valor do que o montante de alguns fervorosos crentes, pois ao invés da cínica pregação moral e ética, me coloco no patamar dos humanos falíveis, portanto, impedido de julgar. Via de regra, estes quase beatos pouca importância dão às coisas reais da vida e ensinamentos das Escrituras como lealdade, hombridade, caráter, amor e respeito ao próximo. Julgar políticos, por exemplo é fácil, mas seria justo e perfeito que os julgadores estivessem com a ficha limpa quanto a sonegação de impostos, pequenas trapaças já inseridas na cultura diária, traições, deslealdades, etc..
Há doutrinas filosóficas, fé, religiões, seitas, crenças variadas, todas respeitáveis, mas me enoja o fato de leigos, de diversos calibres, arvorarem-se de estudiosos, entendidos e pregadores de algo que absolutamente não faz parte do seu universo de compreensão, já que o seu tempo delegado a esses conhecimentos e estudos não passa de eventuais cultos, passes, sessões e o escambau. Apenas gostam, apenas crêem por achismos. E no mais das vezes fazem mau uso de algo que até pode ser real e bonito. Alguns arautos da espiritualidade, por vezes dão-se ao direito de cometerem verdadeiras atrocidades morais em nome de resgate de outras vidas, ou por cruzamentos de fatos ainda não consolidados perdidos no cosmo dos tempos. Como sabem? Como descobriram? Quem determinou? Claro que a mera conveniência da prática delituosa.
Aceito todas as teorias, mas discuto as teses. E por racional, não entendo por que teorias são aceitas como teses.
Vivenciei pessoalmente situações comprovadas desde a infância que, juro, levariam ao orgasmo mediúnico muitos destes que se dizem crentes incontestáveis da ação do imponderável. Salvei vidas, conquistei espaços, destruí fraudes, unicamente por sopros extrasensoriais, intuições, sonhos ou meros sobressaltos. Mas a tese não se formou e eu continuo apenas intuitivo. E tenho pena de mim pela pouca fé. Acho sinceramente que ela ajuda a dividir problemas e, por certo, com a coadjuvância da força mental ajuda a produzir realizações e curas, mas daí a ter certeza de que graças são alcançadas pela ação de entidades, ou que males acontecem pela pressão de desencarnados que ainda não encontraram a luz é demais. Como disse aceito a teoria, mas quero discutir a tese, se ela já está comprovada.
Tenho amigos que crêem e os respeito, e por respeito não discuto o tema, pois o respeito de quem crê não é o mesmo de quem não crê. Conheço também alguns aproveitadores (e quem não conhece?) que usam a crença alheia em seu favor e benefício. A contabilidade destes com o Patrão deve estar bem no vermelho. Vamos ver, então, como fica na hora do acerto.
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