sábado, 6 de fevereiro de 2010

DEDO DA IMPRENSA FOI DECEPADO PELOS ANUNCIANTES????


Independência editorial, que traduz-se por separação das áreas jornalística e comercial, é coisa rara na imprensa de Uruguaiana - jornais e rádios, à exceção da 96FM, na minha opinião.

Comerciantes promovem seus negócios como se fossem comentaristas do cotidiano. Repórteres elogiam (quando não adulam) autoridades e anunciantes como se não fossem assalariados ou comissionados de uns e, ou, de outros.

Sintoma do nosso atraso, provavelmente.

Por isso, merecem louvor o jornal Cidade e o site www.uruguaianars.com.br por publicarem, sem prejulgamentos, a matéria abaixo.

É notícia, simplesmente notícia - e notícia quentíssima: há um inquérito aberto na Polícia Civil porque torturas teriam sido praticadas (o dedo de alguém foi, efetivamente, decepado com alicate) para obtenção de informações sobre assalto praticado num dos maiores supermercados da cidade, o Rispoli - cuja famiglia proprietária goza de espaço de sobra na imprensa local para tranquilizar a população de sua, suposta, índole cristã ...

Parabéns, jornal Cidade e www.uruguaianars.com.br! Será que o dedo do resto da imprensa foi decepado pelos anunciantes?


Jornal Cidade - 04/02/2010
Justiça libera detalhes das torturas
Dedo decepado de vítima e materiais apreendidos na residência de um dos envolvidos sustentam denúncia de tortura por parte dos três presos, há cerca de três semanas A Justiça liberou na tarde de terça-feira (02) os detalhes da denúncia de tortura que envolve o Policial Militar Julio Barbosa e mais dois participantes, Lucas Gonsalez e Diogo Gonsalez, contra um suposto informante da Polícia. O segredo de justiça ainda não havia sido liberado porque podiam atrapalhar algumas diligências que estavam sendo efetuadas pela Polícia Civil.Segundo a denúncia do Ministério Público, houveram três torturas em dias diferentes. A primeira vez aconteceu em 13 de dezembro de 2009. A segunda vez aconteceu em três de janeiro. E a terceira vez aconteceu em 15 de janeiro, quando um dos dedos da vítima foi decepado – sendo que desta vez havia um quarto integrante que não foi identificado. A vítima foi torturada porque era suspeita de fornecer informações sobre possíveis delitos, que os indiciados estariam praticando.Os três envolvidos são denunciados por tortura, e Lucas tem o agravante, pois além das munições, também foram apreendidos na sua residência quatro capuzes, um par de luvas de cor preta, uma jaqueta camuflada, um carregador de pistola e um coldre.Os denunciados Julio Cesar, Diogo e Lucas, com mais outras pessoas, celebraram associação edificada com o intuito de promover delitos de tortura, com o fim de obtenção de informações que tivessem sido repassadas às autoridades policial relativamente a crime de roubo cometido no “Supermercado Rispoli”, em 16 de dezembro de 2009. A associação criminosa funcionava com o emprego de armas de fogo, utilizadas nos ilícitos penais patrocinados pela súcia.

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