terça-feira, 27 de abril de 2010


50 ANOS SEMANA PASSADA

Dezembro de 1959. Os dois assassinos de uma tradicional família do Kansas (os Clutter, pai, mãe e casal de filhos) vagam pelos Estados Unidos aplicando golpes, furtando e matando numa quadra vertiginosa em que o que beber e comer e como abastecer o carro no dia seguinte não são preocupações para hoje. Quando resolvem pensar no futuro, na 'aposentadoria', no pé de meia que garanta o sossego que lhes falta, revelam ter apurado faro para os negócios. Não fosse um detalhe burocrático, teriam alcançado o eldorado. E sido, com filhos e netos, semana passada, ao som do Hino Nacional Brasileiro, homenageados, com direito a discursos de engravatados nativos de estirpe idêntica à sua (de punguistas, como dizia a imprensa d'antanho; não de criminosos de sangue, que eu saiba, esclareço) - Lula, Sarney, Temer, et caterva ... E à do festejado Jucelino - o maior!

"Perry e Dick haviam deixado aquele porto uma hora antes, tendo passado a manhã procurando alistar-se em várias companhias de navegação como marujos. Uma companhia ofereceu trabalho imediato num petroleiro com destino ao Brasil e os dois estariam naquele momento no mar se o futuro empregador não tivesse descoberto que nenhum dos dois possuía passaporte ou documentos. O desapontamento de Dick, estranhamente, excedia o de Perry: "Brasil! É lá que que estão construindo uma capital inteiramente nova! Saída do nada! Imagine só chegar no princípio de uma coisa assim! Qualquer imbecil ficaria rico!" (A Sangue Frio, Truman Capote, Abril, 1980, pág. 247.)

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