domingo, 16 de maio de 2010

Um café com Lauro Iglesias, 88, quase 89, como o de agora há pouco - às 5, revigora qualquer vivente. Me devolveu, sem ler, UMA VIDA COM KAROL, porque "é bom, mas tem muita história de padre", impaciente com a Santa Madre, e me disse que chegou a ficar abatido ao ler McMáfia - Crime Sem Fronteiras, pela descoberta do que apenas suspeitava na bandidagem internacional, me deu mais informações sobre dois bandidos que assombraram Uruguaiana no passado, Ênio Flores e Talco (este matou um cunhado seu), e me regalou com os versos abaixo, para publicar aqui no blog. Está em Palavras, Formas e Cores, publicação de 2009 da Universidade do Adulto Maior, de que é aluno e entusiasta. Para a próxima edição, "se ainda estiver vivo", desdenha-se, prepara um poema em inglês, outro em espanhol e um em francês. Vindo de quem recomeçou estudos de piano perto dos 85, é quase uma garantia ...

MULHERES

Mulheres ... Mulheres ...
Não as tive muitas
Mas o suficiente
Para não entendê-las

São uns amores ... mas
Interesseiras,
Um olho no alvo,
Outro na algibeira.

Quando querem algo,
Doces, gostosas;
Quando fartas,
Desdenhosas.

Sempre uma desculpa
Na ponta da língua.
Uma dor de cabeça,
Nos deixam à míngua.

Mas que fazer?
Foi sempre assim.
Vejam Eva e Adão
Dalila e Sansão.

Cleópatra e os romanos
Júlio César e Antônio.
Salomé e João.
Grandes mulheres ...

Fizeram o bem,
Do bem se satisfizeram.
Todas, quando querem,
De nós se desvencilham.

Quanto a mim, felizmente,
Não sou o único
Nessas estórias ...
O que muito me consola!

Lauro Iglesias, dezembro de 2008.

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