quarta-feira, 7 de julho de 2010


Tragédia catarinense

Por Carlos Brickmann, jornalista

Aquele caso do estupro em Florianópolis está esclarecido: a jovem currada tem 13 anos e o chefe do grupo de estupradores está com 14. O crime aconteceu em 18 de maio, mas só foi esclarecido agora, quando o estuprador-chefe se gabou do fato pela Internet.

Ele é filho de um dos sócios da RBS, editora de jornais e retransmissora da Rede Globo em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Outro estuprador, também menor, é filho de um delegado da cidade. O terceiro ainda não foi identificado.

Dois fatos chamam a atenção no caso, além da brutalidade do ataque.

Primeiro: o estuprador-chefe registrou na Internet que curra quem quiser, sem medo das consequências legais. Sente-se poderoso. Tanto não tem medo que utilizou para o estupro a casa de sua mãe, ex-esposa do sócio da RBS.

Segundo: a guerra de concorrência. Os veículos de comunicação pertencentes à maior rede concorrente lançaram-se ao caso com ferocidade, acusando a RBS de omitir as notícias sobre o estupro. Em parte, é verdade: a RBS só deu a notícia depois que um blog de Internet (o Tijoladas do Mosquito) e jornais concorrentes divulgaram o fato.

Em parte, não é verdade: como os envolvidos são menores, dar seus nomes é contra a lei. Mas pegou mal a demora em noticiar que tinha ocorrido uma barbaridade. A RBS divulgou comunicado reconhecendo que um dos integrantes da família proprietária está envolvido, mas foi lenta. Hoje haverá manifestação em frente à delegacia que investiga o caso.

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