Um samba de pé quebrado (do tempo em que samba tinha que ser triste como bolero) foi o prematuro encerramento da carreira política de Luis Francisco Correa Barbosa, vulgo Barbosinha, que, depois de ter se celebrizado pelo estardalhaço com que abandonou a magistratura gaúcha no começo dos anos 80 (quem lembrar do caso, me conte) e por se tornar advogado do ex-deputado Roberto Jefferson no Caso do Mensalão (no STF), queria virar senador da República.
Em 2006, votei em Mário Bernd (PPS), porque judiou barbaridade do senador Simon nos poucos minutos de que dispunha na TV. Mas a velha raposa, que fez voto de pobreza (é franciscano) mas não de preferir a companhia dos justos, queria mais oito anos de sacrifícios e ganhou. Agora, votaria em Barbosinha e em Ibsen Pinheiro (PMDB), outro que o trem não pega, mas é inteligente, culto, sagaz - e tem a elegância que a classe política perdeu por completo. Só que Ibsen foi rifado para garantia da eleição do ex-governador Germano Rigotto.
Quanto ao ex-futuro senador ... Conviveu por anos a fio com a fina flor do tal trabalhismo, o que não é pouca coisa, mesmo para um criminalista como ele. E foi de fidelidade canina a Sérgio Zambiasi, dono do PTB gaúcho há duas décadas. Depois disso, com a bagagem dos próprios devaneios, alimentou a esperança de ficar com a sua cadeira no Senado, já que Zambiasi diz-se enfastiado da vida em Brasília e quer voltar para Porto Alegre. Mas, na hora da convenção petebista, faltou-lhe a palavra decidida de quem podia bancar a sua pretensão: Zambiasi - que calou-se. Restou a Barbosinha fazer um discurso de desistência e cantar um samba de Monsueto Menezes: "Eu não sou água / Pra me tratares assim / Só na hora da sede / É que procuras por mim / A fonte secou / Quero dizer / Que entre nós tudo acabou / Seu egoísmo me libertou / Não deves mais me procurar / A fonte do nosso amor secou / Mas os seus olhos / Nunca mais hão de secar / Mas os seus olhos / Nunca mais hão de secar".
Pobre Barbosinha!
Era meu candidato.
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