terça-feira, 5 de outubro de 2010




Vem da edição de hoje do melhor jornal do interior do RS, o Jornal do Povo, de Cachoeira do Sul, a melhor análise das eleições de domingo passado. Claro que contextualizando a sua aldeia na realpolitik gaúcha, como deve ser.


Ecos da eleição

Armando Fagundes

> Depois das trapalhadas do PMDB, com Simon em fim de carreira, não foi surpresa nenhuma o Tarso ganhar a eleição no primeiro turno, até porque o PDT traiu em todos os cantos e o vice Pompeu, autor da lei que aumentou o número de vereadores, é intragável e fisiologista.

> As incoerências do Rigotto foram fatais para sua derrocada. É inadmissível servir dois senhores. Em Brasília paparicava Lula, no RS adversário do PT. O povo não é bobo.

> Não tivemos surpresas com a votação dos candidatos cachoeirenses à Assembleia. Tudo previsível. A ótima votação de Marlon era esperada, bem como a inexpressiva dos demais. Como primeiro suplente do PDT, deve assumir a titularidade. Tarso vai assegurar ao PDT pelo menos uma secretaria. Só assim terá maioria folgada. Governar sem maioria é confronto e o PT apreendeu muito.

> O José Otávio foi o 13º mais votado à Câmara Federal, fez menos votos do que na eleição passada, mas manteve os quase 30 mil votos em Cachoeira.

> Luiz Carlos Heinze mantém sua liderança indiscutível junto aos agricultores do estado e em Cachoeira recebeu boa votação da classe.

> Luciana Genro pagou caro pelo radicalismo e pela intenção infantil de pureza do Psol. Fez quase 130 mil votos e fica fora da Câmara Federal. O Pedro Ruas, que só sabia agredir a governadora Yeda, levou uma lambada.

> O advogado paulista Aloysio Nunes (PSDB), ex-ministro do FHC, é o senador mais votado de São Paulo, mas o seu feito maior foi o de impedir o Netinho, agressor de mulheres, de enxovalhar mais o Senado da República. Netinho era o companheiro de Marta Suplicy (PT).

> Os mensaleiros João Paulo Cunha e José Mentor, ambos do PT, são eleitos em São Paulo com a valiosa ajuda dos votos do Tiririca, mas nem este conseguiu salvar o José Genoino.

> O ex-presidente Itamar Franco volta ao Senado pelo PPS, coligado com o PTB do Fernando Collor que lhe fará companhia no Senado, já que foi derrotado para o governo de Alagoas. Itamar desbancou o Pimentel do PT, ex-prefeito de BH. A política dá voltas.

> E o mundo dá voltas maiores ainda. Neuza Canabarro, esposa do Collares (PDT), autora do famoso calendário rotativo, demonizada e esculachada pelo PT e Cpers, poderá ser a secretária de Educação de Tarso. O impossível pode acontecer.

> Em 2002, para eleger Lula, o PT ofereceu uma “carta aos brasileiros”, sepultando o programa histórico e radical do partido, inclusive a ética nos negócios públicos. Este ano trataram de sepultar a estrela vermelha dos partidos comunistas do mundo. Raríssimas apareceram. Assim vai longe.

> Tarso poderá fazer um bom governo se não radicalizar, se não perseguir, se não tiver uma visão caolha da política estadual. Enfim, fazer o que Lula fez: ficar longe dos radicais da esquerda.

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