quarta-feira, 24 de novembro de 2010


Paulo de Argollo Mendes, presidente do Sindicato Médico do RS. Considero-o, fora algumas figuras que atuam sempre e diretamente na política partidária, o melhor debatedor do RS. Talvez Mário Bernd e Jarbas Lima, hoje mero professor, lhe façam costado (o Ruy Gessinger nunca ouvi falar, só o leio). Tal impressão trago de quando assistia o Guerrilheiros da Notícia, da TV Guaíba. Sereno, lógico, corajoso, domínio pleno da retórica. Não à toa que foi o escolhido, agora há pouco, na Charrua AM e depois na São Miguel AM, para defender as razões dos valentes obstetras da Santa Casa de Caridade de Uruguaiana - que a Justiça obrigou que encerrassem greve, semana passada. Coragem para deixar uma grávida na sala-de-espera eles têm ... já para contraditar o velho Sanchotene Felice, que não é bobo e sabe que, também na retórica, ganha a peleia quem dá a primeira bofetada, aí apelam a quem tem peito. Mas Argollo, mesmo acusando o prefeito de "filhote da ditadura" e de "sapatear na poeira" com expressões "vulgares" contra os médicos, para quem já o viu atuando, foi moderado, respeitoso, não queimou as pontes, em linguagem bélica. Defendeu com maestria a falácia de que os médicos, por não terem o vínculo empregatício (justamente o que estão a reclamar!), não estão obrigados a manter os 30% que a lei obriga aos empregados de serviços essenciais. Só lhes rege o Código de Ética Médica. Constituição e leis são para nosotros, mortais.

Ora, direito de greve é para reivindicar direitos (novos). Para exigir o cumprimento de direito trabalhista, sonegado "há 20 anos", segundo reconheceu Argollo, existem o Minitério do Trabalho e a Justiça do Trabalho. Ou será essa uma greve retroativa?

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