domingo, 1 de abril de 2012

A imprensa desaprendeu a interpretar fatos. E a fazer perguntas.
Na madrugada de sexta-feira (30/3) a Policia Civil do governador Tarso Genro (PT) mobilizou 638 policiais e 155 viaturas e foi a São Borja realizar a Operação Navalha, "a maior ação de combate ao tráfico de drogas da história do Rio Grande do Sul". Uma "operação-de-guerra", depois de "dois anos de investigação", faz ode a Zero Hora. "Trabalho de inteligência", festeja a Gaúcha, como gostaríamos que fosse. E conta que policiais foram convocados às pressas e embarcados sem saber para onde iriam nem o que fariam. Reunidos em Itaqui, São Luiz Gonzaga, Santiago e numa cerealista de São Borja, às seis horas da manhã partiram para acabar com as "13 famílias que comandavam a máfia local", também segundo a ZH, página 4, de sábado. Antes das 9 horas, 77 prisões já tinham sido feitas. Ao longo do dia, mais cinco. Todavia, não há notícia de tiroteio nem de resistência. Nem de que um único tubo de lança-perfume tenha sido encontrado. Nem maconha, nem cocaína, nem crack, muito menos. Nem armas. Nem munições. Ontem, ao meio dia, 50 já tinham tido a prisão relaxada. Culpa da Justiça, ou será que a investigação que embasou as prisões não era tão aprofundada assim? Ou talvez fosse aprofundada, sim, mas a decisão de deflagrar a operação atendeu à urgência política de abafar o escândalo (aqui) da investigação sobre a Prefeitura de São Leopoldo, uma das maiores cidades governadas pelo PT aqui no Estado, deflagrada naquele mesmo dia? Ou gente da Polícia vazou informação? O que houve?
O chefe de Polícia, delegado Ranolfo Vieira, já avisou: operações assim passarão a ser rotina: - Quarta-feira haverá outra. O crime agradece, chefia!

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