domingo, 17 de outubro de 2010

"Ela (Dilma) tinha que dar um pontapé nesses incompetentes que a assessoram e chamar para seu lado um homem ou uma mulher que tenha participado de pelos menos uns 50 júris." Tem razão, em parte, Ruy Gessinger! Dilma acha que ser apadrinhada por um presidente com 80% de popularidade a dispensa de se posicionar sobre temas que pautam qualquer eleição no mundo civilizado. Aliás, posicionar-se, ser contra ou a favor esta ou aquela causa, é ínsito à condição de lider político - que ela pretende. É isso que faz de alguém o representante, o líder, o porta-voz. Isso se aprende em qualquer cursinho de liderança. A criatura eleitoral de Lula acha que, surgido o tema aborto na campanha eleitoral, basta passar a se vestir de branco, repetir o mantra sou a favor da vida! e visitar uma igreja por dia - sem esquecer de frisar que estudou em colégio de freira e teve formação católica, como se isso salvasse alguém.

Ora, Fernando Henrique, ateu declarado, venceu Lula duas vezes. Marina Silva, evangélica, não precisou valer-se da sua fé para fazer os 20 milhões de votos que fez. Desconfio da religiosidade de José Serra. Não aposto na de Tarso Genro. Tampouco que dona Marta Suplicy visite a sacristia só para rezar... Mas são quem são porque nunca foram criaturas de ninguém. Têm personalidade política. Quando vão a alguma romaria ou procissão, o fazem mais como demonstração de respeito e reconhecimento à devoção alheia do que como ato de fé própria. Assim é e tem que ser. Enfim, ser favorável à discriminalização do aborto não seria problema, nem novidade. Seria uma posição, só isso. (Digo isso fazendo costado a Bento 16 sobre a grave questão, sem concessões.) Mas quem é Dilma para ter personalidade e opiniões próprias? Para pensar fora das planilhas e receitas do marketing?

Quem é Dilma???

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